Digo isso tudo porque não acredito em você. Quer dizer, acredito, mas não confio. É, acho que é isso, não confio em você, mas não é por mal. Não confio porque é assim que eu sou, porque é minha defesa, é meu jeito de me ferir menos, de levantar mais rápido, de ser forte. Não confio em você e também não confio nos outros, nem nos que dizem confiar em mim. Eu não confio em ninguém. Mas nosso caso não é uma questão de confiança, acima de tudo. Mesmo que confiasse, um pouco, talvez, ainda assim, diria o mesmo. Não confio em ninguém, mas se fosse dar minha vida na mão de alguém, ou dividir minha existência entre muitas pessoas, ainda assim, não daria nenhum pedaço a você. Nenhuma lasca ínfima sequer. Não confio em quem me amedronta e não dou o braço para dizer que isso acontece. Mas com você acontece o tempo todo. Acontece porque toda conversa começa com uma espécie de domínio da minha opinião e voz sobre a sua, que assume uma postura estranha de ingenuidade, de inferioridade falsa. Quase
Vem Comigo!